A proposta de reformulação veio justamente da CBF. Mas, ao que tudo indica, a entidade esqueceu de reformular a comissão técnica. Aliás, este vêm sendo um hábito já praticado há muito tempo. Em qualquer fracasso da Seleção Brasileira o torcedor e a grande mídia sugerem uma renovação dos atletas. “Tal jogador está muito velho e não serve mais”. “Aquele outro só joga bem no clube e não serve para a Seleção”. E entre os treinadores, existe renovação?
Em 22 anos, de 1994 até hoje, é sempre a mesma turma que comanda a Seleção. Em 1994 foram Parreira e Zagallo. Em 1998, mais uma vez o velho lobo esteve no comando. Em 2002 começou a família Scolari. Em 2006, Parreira e Zagallo voltaram para a Copa da Alemanha. Na Copa de 2010, a CBF surpreende e chama Dunga. Nunca havia treinado nem time de várzea. Mas, por anos foi capitão da Seleção comandada por quem? Parreira e Zagallo. E finalmente, na Copa de 2014 retorna Felipão.
Passou Romário, passou Ronaldo e chegamos a era Neymar. Mas a monarquia da comissão técnica permanece. Obviamente, todos os treinadores citados têm algo em comum: Todos tem uma grande história no futebol, mas todos estão ultrapassados. Para servir de exemplo, antes de assumir a Seleção em 2014, Felipão rebaixou o Palmeiras.
Atualmente, no cenário brasileiro existem treinadores capazes de assumir esse desafio. Tite foi campeão do mundo pelo Corinthians. Cuca conquistou a Libertadores pelo Galo. Há um tempo, Muricy conquistou três Brasileiros e uma Libertadores. Entre os mais recentes, Marcelo Oliveira foi bicampeão brasileiro pelo Cruzeiro. Ainda há uma infinidade de promessas espalhadas pelo Brasil. Treinadores dedicados e com anos de estudo. Aliás, para fazer parte da comissão técnica da Seleção Brasileira é necessário conhecer o futebol moderno, e não ter sido campeão no século passado. Caso continue assim, seguirá o baile da Alemanha, Paraguai, Uruguai...